Читать книгу Santa María de Montesa. La orden militar del Reino de Valencia (ss. XIV-XIX) онлайн
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CONCLUSÃO
Do ponto de vista cronológico, em Portugal a conjuntura que leva à criação da Ordem de Cristo manifesta-se sobretudo entre 1307 e 1317. Desta altura são conhecidos diversos documentos que sugerem que se trata de uma década de notória interferência régia sobre os bens do Templo, seguida da fase de criação da Ordem de Cristo, no ano de 1319, e da sua organização funcional, despoletada de imediato, e que culminaria na promulgação das Ordenações de 1326. O processo de transição do património da Ordem do Templo para a coroa e, por fim, para a Ordem de Cristo foi bastante lento e desenvolveu-se em três etapas até se estabilizar a base patrimonial desta nova instituição.
A coincidência cronológica com o que se estava a passar além da fronteira é sugestiva e conduz à hipótese de o rei de Portugal ter informação bastante atualizada, ou até privilegiada, no que toca a esta matéria. Em primeiro lugar, e ainda antes de Filipe IV ter decretado a prisão dos Templários em 13 de outubro de 1307,ssss1 começou em Portugal um processo de confiscação da propriedade que estava na posse dos freires portugueses, cujo primeiro documento que se conhece é de 18 de agosto de 1307.ssss1 Embora a curta distância, nesta fase inicial, D. Dinis age com precocidade quando comparado com o seu cunhado, Jaime II de Aragão, que em novembro de 1307 subscreve medida semelhante no que toca aos bens que os freires possuíam no seu reino.ssss1 Em segundo lugar, assim que se tornaram públicas as decisões do concílio de Vienne em 1312, começaram também as inquirições régias sobre os bens dos Templários com o objetivo de deitar mão a essa propriedade.