Читать книгу Santa María de Montesa. La orden militar del Reino de Valencia (ss. XIV-XIX) онлайн
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Nestas circunstâncias, desenvolveram-se formas de atuação que favoreceram a tomada de consciência em relação a estes assuntos. No II Concílio de Lyon estiveram presentes, entre outros, Guilherme de Beaujeu, Mestre do Templo, e Guilherme de Corceles, cavaleiro do Hospital, este último que há mais de 30 anos servia no Leste, sendo profundo conhecedor da situação que aí se vivia. A sua missão era discutir a forma de ajudar a Terra Santa e de defender as Ordens Militares das críticas episcopais. Perante o avolumar dos problemas, as Ordens Militares queriam continuar a enviar pequenos contingentes (enquadrados na categoria do que se designou por passagium particulare) para reforçar a posição no Levante.ssss1
Apesar de todos os esforços, Acre capitulou e os Estados Latinos da Terra Santa foram desmantelados. As reações fizeram-se sentir de imediato. A partir destes factos, desenvolveram-se várias opiniões sobre a prossecução da cruzada,ssss1 embora, na sua maioria, de cunho utópico. O tema da «recuperatio» da Terra Santa foi abordado em diversos tratados escritos entre os anos 70 do século XIII e inícios do seguinte.ssss1 Ramon Llull no «Tractatus de modo covertendi infideles», redigido pouco depois da tomada de Acre, propõe que Templários, Hospitalários e Teutónicos dividam áreas de influência e de competência no cenário mediterrânico. Porém, este mesmo autor, um pouco mais tarde, na «Epistola summo pontifici Nicolao IV pro recuperatione Terrae Sanctae», propõe que se organize uma única Ordem, a partir dos Templários, Hospitalários, Teutónicos, Santiaguistas e Calatravenhos, que poderia ser designada por «Spiritu Sancto». De acordo com o tratadista, esta nova Ordem seria encabeçada por um filho de um rei, que seria chamado «rex bellator» e seria confirmado pelo rei de Jerusalém.ssss1 Esta solução teria algum eco em Portugal no reinado de D. João I, o primeiro monarca que entregaria a administração das Ordens Militares aos seus próprios filhos. Por outro lado, quando no Concílio de Vienne foi decretada a supressão do Templo, a consequente entrega dos seus bens aos Hospitalários poderia ser interpretada como uma forma de união, como já salientou Alan Forey.ssss1 Em 1309, no tratado sobre a cruzada, intitulado «Liber de acquisitione Terrae Sanctae», Ramon Llull mantem-se firme na defesa da recuperação da cruzada,ssss1 em função da enorme influência que recebe por parte dos interesses aragoneses e franceses.ssss1